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Filosofia e Viagem: cinco dicas de livros

Filosofia e Viagem: cinco dicas de livros

Sabe aqueles lugares que conhecemos em nossas viagens e que, pela sua história, beleza ou singularidade nos fizeram pensar sobre o sentido da vida? Pois é, sabem o que estávamos fazendo nesse momento? Filosofando! Isso mesmo, estávamos relacionando Filosofia e Viagem. E este post é exatamente sobre a ligação entre Viagem e Filosofia.

Então, vamos apresentar aqui cinco livros que falam sobre essa ligação. Alguns apresentam uma ligação direta, outros não tão direta assim, mas podem ser muito interessantes para quem se liga no assunto. Então continuem lendo e confiram essa interessante lista de livros. Ah, os três primeiros têm edição em português, os dois último nós não encontramos em português, por isso vai o título em inglês mesmo.

Walden, de Henry David Thoreau

Neste livro, Thoreau conta sua própria história. Após a morte do irmão, e para descobrir o quanto é necessário para viver sem as facilidades do mundo moderno, ele decide passar um período numa cabana à beira do lago de Walden Pond no estado de Massachusetts, Estados Unidos.

Sobre isso, o próprio Thoreau escreveu:

“Fui para a mata porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de, vindo a morrer, descobrir que não tinha vivido”.

Esse é realmente um livro sobre viver na natureza. Com passagens que descrevem o pôr-do-sol e o lento congelamento do gelo, por exemplo, ele expõe a relação do homem com a natureza. Embora sua primeira parte trate de aspectos sociais, é em sua segunda parte que ele detalha esse engajamento homem-natureza.

Apesar de ter sido escrito em 1854, o livro é uma das referências para o pensamento ecológico até hoje. Na obra, o autor mistura relatos biográficos com reflexões filosóficas. É sabido que o próprio Gandhi se inspirou nesse livro, entre outros.

A obra mistura relatos autobiográficos com reflexões filosóficas que são válidas até hoje. Por isso, é uma obra que pode ser interessante para quem quer se aprofundar nos aspectos relacionados aos confortos da vida moderna e o que o ser humano realmente precisa para, simplesmente, viver.

Aliás, a cabana e o local onde o autor se isolou são hoje lugares de visitação de turistas, filósofos e leitores do mundo todo. Já fica aí a dica de passeio.

A Arte de Viajar, de Alain de Botton

Vejam que proposta interessante a desse livro. Sempre que viajamos pensamos nas grandes catedrais, palácios e castelos que visitaremos. Ou então as altas montanhas, os grandes parques onde andaremos. Enfim, buscamos o êxtase nas grandes coisas que veremos ou faremos.

Mas e quanto às pequenas coisas, os pequenos lugares, os cantinhos mais esquecidos e menos observados, aos quais normalmente não se dedica a menor atenção? A fim de nos guiar por esses detalhes que muitas vezes negligenciamos, o autor lança mão, por exemplo, de pintores, escritores e cientistas.

Pois é, por meio do olhar desses artistas, o autor nos mostra o quão significativo uma sala de embarque num grande aeroporto pode ser. Outro artista fala sobre o que sua visão captou de um café à beira da estrada. Com o auxílio de Van Gogh, por exemplo, o autor nos descreve detalhes de Provença, que muitas vezes passam despercebidos pelos viajantes.

Ou seja, o autor tenta nos dar uma outra perspectiva sobre nossas viagens, buscando falar mais sobre porque e como viajar do que para onde viajar.

Enfim, uma proposta diferente e bem interessante não é mesmo?

Nietzsche na Itália, de Paolo D`Iorio

Agora uma obra sobre o famoso e controverso Nietzsche, escrita pelo italiano Paolo D`Iorio, que se tornou especialista no filósofo alemão. Pois é, nessa obra D`Iorio fala sobre a viagem de 6 meses que Nietzche fez em 1876 a Sorrento, sul da Itália. Aliás, essa viagem foi tão importante para o mundo da filosofia que, não à toa, o subtítulo do livro é A Viagem que Mudou os Rumos da Filosofia.

Pois é, foi nessa viagem que Nietzsche iniciou sua formulação da Filosofia do Espírito Livre. Segundo essa filosofia, o homem deve buscar sua própria verdade livre das amarras dos dogmas sociais, numa constante crescimento pessoal.

D`Iorio junta cartas, anotações e documentos para refazer a viagem do filósofo alemão. No livro vemos o deslumbramento de Nietzsche com a sociedade que encontrou no sul da Itália e com o que viu da Costa Amalfiltana. Pois é, o famoso filósofo alemão também perambulou por esse que é um destino turístico muito procurado até hoje por viajantes do mundo inteiro, na costa oeste da Itália.

Então, da próxima vez que for apreciar as belezas naturais de Costa Amalfitana e da península de Sorrento, uma boa dica é ler este livro e entender como aquela região inspirou um dos mais famosos filósofos da história a mudar os rumos da Filosofia. Fica a dica.

Mountain Gloom and Mountain Glory, de Marjorie Hope Nicolson

Sempre que viajamos e vemos uma montanha majestosa já puxamos logo a câmera para registrar e compartilhar aquele beleza, não é mesmo? Beleza? Sim, normalmente achamos as montanhas coisas muito belas. Mas você sabia que já houve época em que a humanidade não achava as montanhas belas?

Pois é, até o século 17, poetas e escritores as consideravam imperfeições da natureza, coisas feias, protuberâncias que quebravam a simetria do planeta. Porém, a partir do século 18 a situação começou a mudar drasticamente.

Hoje os poetas e escritores escrevem sobre a beleza e o esplendor dessas formações magníficas que a natureza nos presenteia para nosso deleite, nossas aventuras e nossas fotos. De fato, é difícil uma foto com uma montanha ao fundo não ficar bonita. Pois é, mas, como a autora nos mostra, nem sempre foi assim.

E quais foram as razões para essa drástica mudança de visão da sociedade humana com relação às montanhas? O que a autora faz nessa obra é uma análise sobre essa mudança. E na busca pelas razões para essa drástica mudança de pensamento, ela analisa as visões de escritores do mundo inteiro dos séculos 17, 18 e 19, muito relacionadas à Filosofia de cada época.

Enfim, é um livro bem escrito e com uma pesquisa bem aprofundada. Vale a pena a leitura para compreendermos como poetas e escritores viam e vêem as montanhas, essas formações da natureza que estão sempre embelezando nossas fotos.

Letters written in Sweden, Norway and Denmark, de Mary Wollstonecraft

Mary Wollstonecraft foi uma Escritora, Filósofa e Feminista do século 18. E este livro foi sua obra mais popular, embora sua fama maior foi ter sido a mãe da autora de Frankestein. Isso mesmo, ela era a mãe de Mary Sheller, que escreveu o livro que conta a famosa história de uma criatura monstruosa.

O livro é baseado em 25 cartas escritas pela autora a seu ex-amante durante a viagem à Suécia, Noruega e Dinamarca, e descrevem a Escandinávia de 1797. O intuito da viagem era fazê-la representante de seu ex-amante em disputas de negócios. Aliás, suspeita-se que ela teria feito isso na esperança de reconquistá-lo.

Em suas cartas a autora faz descrições da natureza que viu naqueles países, bem como dos eventos que presenciou e das pessoas que encontrou pelo caminho. Devido ao seu perfil filosófico e feminista, Wollstonecraft entremeia essas descrições com suas visões pessoais sobre a sociedade e a política da época.

Escrevendo com emoção, ela nos permite ter imagens vívidas de tudo que descreve. E por meio de suas descrições o leitor faz uma viagem pela Escandinávia do século 18. Para quem já viajou para lá, o livro serve como uma grande reflexão, e para quem ainda pretende fazê-lo, é possível já imaginar as lindas paisagens que encontrará.

Enfim, esse foi nosso post de hoje, relacionando Filosofia e Viagem. Espero que tenha curtido. Deixem seus comentários e até o próximo post.

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